top of page

Tudo sobre o mundo de vídeo-produção

Dicas de Exposição

abertura, profundidade de campo e filtro ND

a profundidade de campo em uma imagem produzida pela câmera pode ser controlada, entre outros meios, através do controle da abertura da objetiva (íris). Ao abrir a íris obtém-se normalmente uma redução na profundidade de campo da imagem. O problema é que abrir a íris somente, irá acarretar superexposição na imagem. Esta, pode ser compensada manualmente ou automaticamente através do aumento de velocidade do obturador (shutter). No entanto, em determinadas situações isso pode não ser desejado (o aumento da velocidade do obturador faz, em cenas de movimento, objetos e pessoas perderem em graus variados – conforme este aumento – o “rastro” na imagem atrás de si). Uma solução para isso é então colocar na frente da objetiva um filtro do tipo ND (Neutral Density), que diminui a luminosidade que entra nas lentes sem alterar a coloração da imagem. Algumas câmeras possuem uma alternativa – microfiltros ND embutidos no corpo do equipamento, atrás das lentes, que podem ser acionados através de uma chave denominada “ND Filter”. Esta chave coloca fisicamente o filtro no caminho da luz até o sensor (CCD ou CMOS), muitas vezes com possibilidade de graduação, isto é, opção de sobreposição de 2 ou 3 filtros conjuntamente. AE Shift: controlando a exposição automática muitas vezes o ajuste automático de exposição da câmera não é suficiente ou tão preciso quando deveria ser, em todas as situações. As imagens podem estar sendo registradas um pouco mais escuras do que deveriam ou então um pouco mais claras do que deveriam. Muitas câmeras possibilitam um ajuste manual interferindo no ajuste automático: este ajuste, geralmente conhecido como AE Shift, provoca um deslocamento da sensibilidade do processo automático, ou para mais ou para menos. Assim, estabelecendo-se uma compensação em temos de pontos de abertura de íris (f-stops) no controle AE Shift, pode-se corrigir para mais ou para menos a exposição e tornar as imagens de modo geral, ajustadas pelo processo automático, ou mais escuras ou mais claras.

enxergando contrastes como a câmera enxerga

uma maneira de verificar os contrastes existentes entre os objetos/pessoas de uma cena é olhar a cena com os olhos parcialmente fechados, até o ponto onde os cílios se encostem. Fazendo-se isso o olho perde a habilidade de manusear contrastes, a um nível semelhante ao existente nas câmeras. Objetos na sombra, mas com sua textura antes aparente, tornam-se totalmente escuros; partes mais claras se sobressaem. O vídeo não consegue registrar tantos meios tons como as películas fotográfica e cinematográfica conseguem, e uma aproximação da imagem como será vista pela câmera pode ser conseguida com os olhos posicionados desta maneira.

exposição, tons de pele

e roupas o mecanismo automático de exposição da câmera tenta sempre ajustar os parâmetros da mesma em função dos tons dominantes na imagem. Assim, em situações de contraste, o mecanismo optará pelo ajuste em função da parte (clara / escura) dominante na imagem enquadrada. Como consequência deste ajuste, em uma situação de close de pessoa de pele muito clara usando blusa muito escura ocorrerá super-exposição do rosto da mesma: a câmera tentará abrir o diafragma para compensar a falta de luminosidade dominante na cena (roupa escura). O inverso também é válido: pessoa de pele negra usando roupa branca por exemplo, onde a tendência é o rosto da pessoa aparecer sub-exposto. Nestas situações deve-se optar por roupas em tons neutros, que diminuam o contraste final.

exposição, claridade

do fundo e botão backlight quando uma pessoa ou objeto é enquadrado pela câmera e o fundo atrás dos mesmos é muito mais claro do que esta pessoa / objeto e ocupa parte significativa no todo da imagem, o sistema de exposição automática seguirá a parte mais luminosa da imagem, diminuindo a abertura da objetiva para que entre menos luz e o fundo fique exposto corretamente. Porém, o que se quer na maioria dos casos é que a pessoa / objeto fiquem corretamente expostos, não o fundo. E, na situação descrita, a diminuição da abertura fará com que os mesmos apareçam escuros na imagem. Para compensar esta situação a maioria das câmeras possui um botão denominado ‘backlight’, que simplesmente ‘força’ a abertura da objetiva a ficar maior: com isso o fundo ficará superexposto, porém a pessoa / objeto ficarão corretamente expostos.

exposição e contraste

ao fazer o ajuste manual da íris para travá-lo e gravar dessa maneira uma cena (principalmente onde haja grande contraste de luminosidade, como uma pessoa sentada na sombra de um quiosque na beira da praia com Sol forte iluminando o mar ao fundo), enquadrar o motivo principal de maneira que ele ocupe todo o visor da câmera, ou aproximando-a do motivo ou através do zoom. Feito o ajuste, pode-se agora afastar a câmera / abrir o zoom; o fundo provavelmente ficará super-exposto, mas o motivo principal não.

exposição e movimentos de câmera

quando a câmera é movimentada (movimento de pan por exemplo) áreas muito claras ou muito escuras podem-se suceder no quadro de imagem. Se o modo automático de exposição estiver ativado, fará com que a íris seja aberta / fechada frequentemente, acarretando um resultado ruim e amadorístico. Se a câmera não permite ajuste manual da íris (quando o modo automático pode então ser desativado) é preferível, ao invés de mover a câmera sobre seu eixo (exemplo do pan acima) mover a câmera de lugar. Se a câmera por outro lado permitir este ajuste, deve-se travá-lo nessa posição antes de efetuar o movimento. Áreas super-expostas poderão passar ao fundo da cena, mas o motivo principal estará sempre corretamente exposto.

exposição e movimentos de câmera – equalizando

se a câmera necessita mover-se, por exemplo para acompanhar um objeto ou pessoa, e nessa movimentação irá passar por áreas muito claras e outras muito escuras, pode-se optar por ajustar o controle manual de exposição da câmera (desde que ela permita esse tipo de ajuste) antecipadamente para as áreas mais claras, deixando as demais subexpostas. Ou então fazer o contrário, ajustando para as áreas mais escuras. No entanto, sendo necessário expor tanto umas quanto outras, a dica é anotar a exposição nas partes mais claras, depois nas partes mais escuras e a seguir ajustar o controle manual de exposição da câmera para um valor intermediário aos dois.

exposição e padrões

de tecidos tecidos com padronagens reticuladas, como minúsculos quadrados, bolas ou círculos justapostos devem ser evitados em vídeo: devido à natureza da formação da imagem (constituída por linhas horizontais) o resultado final é uma cintilação anormal em diversos trechos do tecido.

exposição x quantidade

de luz o vídeo, assim como a fotografia e cinema necessita de luz para que a imagem obtida seja aceitável. Porém a câmera de vídeo, por ser um dispositivo eletrônico, possui uma correção automática para o problema da pouca luz, um dispositivo (gain up) que amplifica o sinal até o nível adequado de iluminação. Na maioria das câmeras este dispositivo permanece ativado, em algumas permite que seja ajustado para zero. O problema aqui é que essa manipulação eletrônica para amplificar o sinal consegue tornar a imagem mais luminosa, porém à custa de perda de qualidade: a imagem torna-se granulada, com pouca definição. O que ocorre muitas vezes é não se perceber esta situação (quando o gain up está ativado), uma vez que através do visor da câmera a imagem parece estar suficientemente iluminada – ela só será percebida no momento da edição. Assim, estar sempre atento para a iluminação correta da cena contribui para obter-se imagens com melhor qualidade.

gain-up em cenas escuras e imagem exibida no viewfinder

em cenas feitas de locais escuros, se o controle de exposição automática estiver ativado e a íris não puder ser mais aberta do que já estiver, o sistema fará o clareamento artificial da imagem, até atingir o valor correto de exposição. Esse clareamento é efetuado através da amplificação eletrônica do sinal obtido da leitura dos pixels; este procedimento, no entanto, “suja” a imagem, retirando sua clareza e definição e acrescentando um aspecto granulado à mesma. O resultado é parecido com o que ocorre em fotografia com o uso de filmes de alta sensibilidade (ISO 1200 por exemplo). O processo, chamado “gain”, granula mais a imagem quanto maior for a intensidade de seu uso. Em outras palavras, quanto mais escura estiver a imagem, maior o valor de gain aplicado. Seus valores são indicados em dB (decibéis, em analogia ao que se conhece como “ruído” de imagem). Quando nenhum gain é aplicado, o valor do mesmo é indicado como 0dB. A seguir, tem-se, progressivamente, valores mais altos de gain (indicados como +3dB, +6dB, e assim por diante, de 3 em 3 dB). Câmeras do segmento semi-profissional permitem geralmente que se opte por desligar o gain automático ou não. A dica aqui é: se o gain automático estiver ativo, vale a pena observar pelo visor da câmera as indicações de dB para gain, fazê-las aparecer de algum modo. Isso porque como a área do visor é muito pequena, tem-se geralmente a ilusão de que a imagem está muito clara e boa, não sendo possível notar a sua granulação. A verificação de que tal ocorre devido ao gain permite tomar decisões, como continuar a gravação ou mudar de local ou de iluminação ou enquadramento quando possível.

gain-up e qualidade

da cópia um dos fatores que influenciam na qualidade da cópia de uma fita para outra é a qualidade do original. E esta pode, com certeza, ser afetada com o uso do gain-up do sinal de vídeo na captura das cenas. Isto porque esta função, acionada automaticamente pela maioria das câmeras (e com opção de desativação em outras) em situações de pouca luz, amplifica artificialmente o sinal elétrico gerado pelo CCD. Com isso, o resultado é uma imagem granulada e com pouca definição – condição péssima para um original ser copiado. Assim, a dica é evitar a cópia de fitas gravadas em situações de pouca luz – o resultado sempre ficará ruim.

roda de veículo

girando ao contrário este efeito, comum de ser ver em cinema, onde as rodas de um carro andando para frente ora aparecem girando para trás, ora aparecem paradas pode ser reproduzido com a câmera de vídeo. Basta enquadrar o veículo em movimento utilizando uma velocidade alta do obturador. É necessário alguma experimentação, variando-se a velocidade do obturador da câmera até obter-se o efeito desejado. E, como não existe um ajuste contínuo desse parâmetro na maioria das câmeras (o mesmo aumenta geralmente em saltos, 1/60seg., 1/120seg., 1/250seg. etc…) para obter-se um ajuste fino do efeito será necessário variar também a velocidade do veículo em cada passagem. E, como a indicação do falso movimento das rodas é efetuada através da imagem da roda congelada ou girando para trás, é preciso, para que o efeito fique mais convincente, que a roda possua algum tipo de desenho, geralmente em forma de raios (como em bicicletas, rodas raiadas de carros, rodas raiadas de carruagens), pequenos círculos ao redor da mesma, etc…

spotlight

nome de um dos tipos de programas de ajuste automático de exposição, existente em muitos modelos de câmeras. Este programa faz com que, em situações de grandes contrastes de luminosidade na imagem, o sensor que mede e comanda a abertura do diafragma o faça lendo as áreas mais claras da mesma, ao invés de levar em conta a média de todo o quadro. Com isso evita-se a super-exposição das áreas mais claras.

uso de aberturas pequenas em formatos HD

os formatos HD (High Definition), como por exemplo HDV, DVCPRO HD e outros, são conhecidos por apresentar uma quantidade muito mais precisa de detalhes na tela do que a produzida por formatos tradicionais SD (Standard Definition). Cenógrafos e maquiadores preocupam-se mais com pequenos detalhes que, antes “invisíveis” ao telespectador, agora não passam desapercebidos. Da mesma forma, para quem opera essas câmeras alguns problemas podem surgir. Um deles é acarretado com o uso de aberturas de lente muito pequenas. Nem sempre, mas com frequência, aberturas como f.11 ou f.16 podem acarretar defeitos visíveis nas imagens HD. O que ocorre é que esses defeitos também estavam presentes nas imagens SD, porém não de forma visível, em função da menor resolução desses formatos. O problema é causado por um fenômeno denominado “difração”, que pode ser percebido de diversas maneiras no dia a dia. Uma delas é entrar dentro de um quarto escuro durante o dia, e observar a luz exterior, muito clara, através da fresta de uma porta quase fechada. Ao ir empurrando lentamente a porta, a fresta de luz exterior que se vê vai cada vez diminuindo mais. Porém, quando esta fica muito estreita, surgem diversas faixas luminosas paralelas, como se fossem duplicatas da fresta nesse ponto. Isso é o fenômeno da difração da luz e é o que pode ocorrer em algumas situações dentro da objetiva com aberturas muito pequenas. Para evitar o uso dessas aberturas, em HD, a dica é recorrer a filtros externos do tipo ND (Neutral Density) colocados sobre a objetiva, ou então, se a câmera possuir o recurso, acionar esses filtros nela própria. Ou ainda, de alguma forma reduzir a quantidade de luz na cena enquadrada.

uso de elementos ópticos sobre as objetivas e perda de luminosidade

o uso de qualquer dispositivo óptico sobre a objetiva de uma câmera, como filtros, lentes do tipo tele-conversoras ou wide-conversoras, adaptadores de lentes 35mm e outros, sempre acarreta perda de 1 a 2 pontos de diafragma na luminosidade da imagem. Por isso, a dica é, quando utilizar esses equipamentos, estar preparado para o uso de mais luz, tanto artificial quanto natural, se o desejado for manter o mesmo nível de iluminação produzido pela câmera sem esses dispositivos.

velocidade e captura de imagens escuras

uma dica para obter-se imagens claras em locais escuros (funciona principalmente com imagens estáticas, como paisagens, objetos parados, etc…) é abaixar a velocidade do obturador da câmera. A velocidade normal é 1/60 seg.; com 1/30 ou 1/15 seg. a imagem ficará mais clara e a câmera ainda poderá se operada nas mãos, principalmente se a posição tele do zoom não estiver sendo utilizada. Velocidades menores passam normalmente a exibir o uso de um tripé.

velocidade e congelamento de imagens

para análise de movimentos rápidos, devem ser empregadas velocidades altas de obturador na câmera. Assim, quando o vídeo estiver sendo visto mais tarde, será possível utilizar a função pause para analisar as imagens com maior nitidez. No entanto, maior velocidade implica em menor quantidade de luz atingindo o CCD da câmera, ou seja, o controle automático de exposição, se estiver sendo utilizado, fará com que a abertura da íris seja maior. Com isso, a profundidade de campo diminuirá. Se este efeito colateral não for desejado, a cena deve ser muito bem iluminada, para fornecer luz suficiente para que não seja necessário fechar tanto a íris.

velocidade e menor profundidade de campo

uma dica para obter-se imagens com fundo desfocado (pouca profundidade de campo) é ajustar a câmera para utilizar velocidades de obturador mais altas e manter o ajuste automático de exposição. Com isto, o sistema será obrigado a abrir mais o diafragma – para permitir maior entrada de luz – e com isso o efeito de diminuição de profundidade de campo será obtido.

zebra pattern e superexposição

câmeras do segmento semi-profissional possuem geralmente a função zebra pattern (padrão zebra). O padrão zebra faz com que áreas da imagem com superexposição sejam apresentadas com listras paralelas (desenho hachuriado) no viewfinder ou no LCD. Através do controle manual de exposição (íris), reduz-se então a abertura das lentes, diminuindo-a até eliminar totalmente os hachuriados na imagem. E a dica é justamente essa: não é preciso haver preocupação excessiva em eliminar totalmente as listras: um ligeiro excesso de superexposição (em alguns casos) torna a imagem um pouco mais agradável de ser vista.

Uma parceria com ::Fazendo Video

bottom of page