Em um passado não tão distante as produções cinematográficas e televisivas previam que em nosso tempo as pessoas poderiam alugar filmes para assistir via computador ou TV, sem sair de casa. E não é que isso se tornou realidade? Quem não se lembra de nas sextas-feiras ir até as locadoras e pegar algumas fitas para assistir no fim-de-semana? Com o tempo, de fita passamos para DVDs e, por fim, o Blu-Ray.
Mas com a explosão da internet uma nova forma de se consumir filmes veio à tona: o streaming.
O nascimento de um gigante
O streaming surgiu a partir da computação em nuvem que permite aos usuários acessar dados sem precisar armazená-los nos computadores. A possibilidade, que diminui o gasto de disco rígido e protege os autores das obras, logo atraiu a atenção de investidores e diversas plataformas foram criadas. A que mais se destacou foi a Netflix e o curioso é que sua história é mais antiga do que parece: fundada em 1997 por Reed Hastings e Marc Randolph, a empresa começou como um serviço online de locação de filmes.
10 anos depois a Netflix lançou seu serviço de streaming e em 2013 começou a produzir conteúdo original, ganhando prêmios e exibindo algumas também em cinemas.
Os impactos na indústria
Durante muito tempo produções para TV e Cinema tiveram fronteiras muito bem delimitadas, mas com a chegada das produções para streaming e VOD tudo que era sólido se desmanchou no ar. Dessa forma é claro que há espaço para polêmicas, que começam com questões simples como onde os filmes devem ser exibidos e quais prêmios pode concorrer, chegando a questão mais complexa de todas: afinal, o que é Cinema?
Diversos autores cravam que para uma obra ser considerada cinematográfica ela deve ser pensada para o consumo e fruição coletiva desde a sua concepção, ou seja, ser exibida para o público em salas de cinema profissionais. Quando um filme é feito para TV ou streaming ele perde esse status, pois os espectadores podem consumi-lo sozinhos em casa. Contudo, apesar das diferenças na mídia exibidora, cada vez mais os criadores se apropriam da linguagem cinematográfica em suas obras: um dos maiores exemplos é a série Breaking Bad - um verdadeiro primor no uso dos artifícios que o Cinema possui e que nunca esteve em cartaz.
Para além disso, é importante pensar mercadologicamente. Muitos estúdios podem deixar de rodar filmes com medo de não haver retorno financeiro expressivo nas bilheterias. Com o streaming as finanças ficam diluídas dentre tantas produções e é possível investir e respeitar a liberdade criativa dos diretores com menos preocupações sobre lucros. Um exemplo atual é Roma (2018) de Alfonso Cuarón, que ganhou 3 Oscars: melhor filme estrangeiro, fotografia e direção. Pra começar: será que os grandes estúdios iriam investir em um filme completamente preto e branco?
As questões são muitas e suscitam diversos olhares. E você? Qual é a sua opinião? Deixe nos comentários e acompanhe o blog!
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